quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mais um trabalhinho da UNEB...

Esse texto é uma crônica que escrevi para a disciplina Língua Portuguesa VI, que trata de linguagem jornalística.

Existe vida após o TCC?


Esta poderia ser uma metáfora para perguntar se, depois do TCC, estaríamos empregados, se teríamos nossa vida de trabalhador brasileiro, de 9h às 18h. Mas, neste momento, é uma metáfora para questionar se estaremos vivos, alegres e contentes, ou mortos de cansaço, exaustos, sem forças para levantar nem uma caneta BIC.

Porque, cá pra nós, esse TCC é uma canseira, viu? Imagine só um dia típico na vida de um estudante em época de TCC: pela manhã, ele vai ao estágio, depois à faculdade (tendo almoçado um sanduíche natural com citrus) para assistir a aulas que não agüenta mais. Lá para as 18h, 18h:30min, tem de encarar o trânsito da Silveira Martins, Bonocô, 7 Portas... Para chegar em casa e fazer trabalho da faculdade e pensar no projeto de TCC, que já começou.

Chegado o semestre em que só há o TCC (para quem faz concomitância de TCC com disciplina nem sei o que dizer), você, caro estudante, já saiu do estágio para se dedicar só ao TCC e o curso de idiomas ficou em stand by até segunda ordem. Agora, você está livre para deitar e rolar com o TCC. Só você e ele, ele e você. Dedicação exclusiva? É aí que mora o perigo...

É melhor que o seu orientador exija que você entregue, toda semana, novos conteúdos escritos, para que você não se perca entre tantos livros que tem de ler, as revistas, os sites, as visitas de campo que tem de fazer, e esqueça que existem páginas e páginas em branco te esperando.

Se você tem um namorado ou namorada, reze pela compreensão dele ou dela, ou prepare-se para as brigas e os pedidos de atenção. Porque já era fim-de-semana inteirinho a dois ou Multiplex às quartas-feiras. Lembre-se: agora é o TCC e você, você e o TCC. Ah, diga aos amigos que a cervejinha lá no Saboeiro também está suspensa. Se eles reclamarem, responda: “a hora de vocês vai chegar.”. No MSN, a sigla TCC ao lado do seu nome fala por si: é melhor que te esqueçam por uns meses. E esteja com o status sempre “ausente”, para que você só precise falar com quem é estritamente necessário.

Depois de toda essa labuta, entregue o seu trabalho, apresente-se para a banca bem arrumado, cheiroso e sorridente, torça pela boa nota e... Volte a viver! Sim... Porque existe vida após o TCC. Aquela do Multiplex às quartas, da cervejinha com os amigos. E, eu espero, vá viver uma nova vida: a de trabalhador brasileiro, de 9h às 18h. Você acha que estará desempregado? Ih, meu amigo, esse problema até daria pano pra manga num texto como “Me formei, e agora?”

*Essa crônica foi para um jornal que idealizamos na disciplina. E eu, estudante em época de TCC, espero não precisar escrever esse tal “Me formei, e agora?” que citei na crônica rsrs