sábado, 27 de dezembro de 2008

U2 Cover de Curitiba no Groove Bar










U2 Cover de Curitiba:
http://www.u2pop.com.br/
Groove Bar:
http://www.groovebar.com.br/defaultf.aspx
Rua Marquês de Leão, nº 351, Barra, Salvador-Ba













U2 Cover de Curitiba no Groove Bar - 19 e 20 de dezembro de 2008

Nunca vi aquela casa tão cheia. Tinha gente de todas as idades, fãs de todos os tipos, desde os que pulavam feito loucos (esse me “obrigou” a sair de onde eu estava eheh), aos mais comedidos, que cantavam ensaiando passinhos para lá e para cá. Ah, tinha também gente com camisa de fã clube e gente tirando foto. Eu, por exemplo, tirando foto, não com camisa de fã clube. Não que o U2 não mereça ou que o U2 Cover de Curitiba não mereça. Merecem! Eu é que não faço parte de fã clube de nada mesmo.
Conheço poucas músicas do U2. Por isso não acompanhei tantas letras. Estou precisando me atualizar, pois teria sido perfeito acompanhar todas as músicas. A proposta do cover é bem interessante por trazer a nós - “mortais” – o som de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. O meu sobrinho (sim, eu tenho um sobrinho 3 anos mais velho que eu – depois explico) costuma dizer que os Rolling Stones é do mau, que o U2 é do bem.

Tá no site da U2 Cover de Curitiba: “a trajetória do U2, uma banda que rompeu divisas saindo de um país de pouca expressão musical, se tornando um ícone do rock mundial é conhecida. Essa Banda fez ótimas músicas e ganhou o mundo falando de amor, política, religião e fraternidade”. Bono é bonzinho, doa guitarra para leilão em favor da África, foi indicado ao prêmio Nobel da paz. É o “Bono Vox”, ou “boa voz”, ou “a voz do homem bom”, como queiram. Mas pode chamar de Bono. Mas eu estava aqui falando do U2 Cover de Curitiba, né? E deles no Groove Bar. Voltando...



Não foi a primeira apresentação da U2 Cover de Curitiba no Groove Bar e sempre lota. A primeira formação da U2 Cover de Curitiba é de 1991, quando a banda era chamada U2 Alive de Curitiba. Essa formação foi dissolvida em 1994. No ano 2000 começou, enfim, o U2 Cover de Curitiba, quando surgiu a vontade dos músicos de se reunir de novo em uma banda cover do U2, para tocar só o U2, com critério quanto a figurino, equipamentos, organização de palco e principalmente a música.

E o Groove Bar é uma das melhores idéias dos últimos meses em Salvador. Na primeira vez que fui lá, fiquei encantada. Tocada tudo o que era som de rock, tanto nacional quanto internacional. A decoração é um show à parte, com quadros de artistas pelas paredes, capas de vinis autografadas e até um taco de golfe perdurado no teto do bar. Até a decoração do banheiro é, como dizer... Bela? Ah, que bela! Capas de revistas Rolling Stone, várias capas. Tem o Tom Cruise novinho, tem o Bom Jovi com o cabelo dos velhos tempos, tem o Johnny Depp... E tem outro detalhe da decoração do banheiro que só se meninas forem lá para saber. Não conto! =) Surpresa.

O Groove Bar já recebeu a banda U2 Cover de Curitiba algumas vezes e ela certamente voltará. Pitty já esteve lá como convidada, Nasi (ex-Ira!) já se apresentou e João Gordo também. E dia 09 de janeiro de 2009 é Rafael Cortez, do CQC que estará lá, na discotecagem. Eu vou, lógico. É como eu falei no primeiro dia que fui lá: “Salvador estava precisando de uma casa dessas”.

*Escrevendo este último parágrafo, me lembrei da Boomerang, que também veio com uma nova proposta. Lá, a minha festa predileta é a City of Trance. Bomba demais! Falando em boas casas... Lembrei. Não poderia, então, deixar de citar.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Festival Internacional de TV



Entre 17 e 19 de novembro de 2008, trabalhei na etapa de Salvador do Festival Internacional de Televisão. Ele é promovido pelo Instituto de Estudos de Televisão (IETV) e tem como objetivo ser um espaço de mostra de programas piloto finalistas e vencedores nas categorias jornalismo, entretenimento e ficção. O festival também recebe programas de outros países. O CQC, por exemplo, foi exibido durante uma edição passada desse festival.

Além da exibição de programas, também acontecem palestras durante o festival. Na etapa de Salvador, houve uma palestre sobre TV digital e interatividade, com Luis Olivalves, diretor de interatividade da Band. Por enquanto, houve somente uma palestra nessa que foi a primeira edição do festival em Salvador. Espero que o festival volte nos próximos anos e que seja possível trazer ainda mais palestras.

Adorei trabalhar nesse festival, pois fiz de tudo um pouco: assisti aos programas, entrevistei pessoas da platéia, transcrevi falas do palestrante e o entrevistei também. Além disso, ainda conheci um monte de gente nova tanto de jornalismo, como de publicidade e design. Como trabalhei fazendo a cobertura do evento, uma matéria escrita junto com Emilly Dias, estudante de jornalismo da UFBA, saiu no site do IETV. Publicarei a matéria aqui também.

Gente, vale a pena conferir o site do IETV!
Vamos torcer para o festival voltar no ano que vem!!! =)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Marketing para o terceiro setor

Trecho de uma resenha
Esta resenha foi uma avaliação para a disciplina Mercadologia. Ela tem 6 páginas. Mas aqui postei somente a primeira.

VOLTOLINI, Ricardo. Marketing, uma ferramenta útil para o terceiro setor. In: VOLTOLINI, Ricardo (org.) Terceiro Setor: Planejamento e Gestão. São Paulo: Ed. Senac, 2004. p. 141 – 167.

Voltolini é jornalista, especialista em comunicação empresarial, consultor de empresas em Comunicação e Marketing e diretor da Ofício Plus Comunicação e Marketing, empresa especializada em ações de marketing institucional, marketing social e responsabilidade social corporativa. Como consultor, foi responsável pela estruturação da área de Terceiro Setor e da política de responsabilidade social no SENAC. É também professor de Marketing Ambiental (Faculdades SENAC), de Responsabilidade Social Corporativa (FAAP) e de Marketing Social e Responsabilidade Social (FEA-USP).

No artigo publicado no livro em referência, o autor faz uma reflexão crítica a respeito dos mitos e preconceitos em torno do marketing, de maneira veemente, algumas vezes. Procura, assim, desconstruir as idéias que do senso comum sobre esta ferramenta, como ele chama; até colocando-a como uma vítima do senso comum. Ainda no esforço de desmistificar o marketing, ele aborda alguns conceitos, a fim de demonstrar a real essência que ele tem: o processo de trocas.

Depois, ele aborda alguns princípios que permeiam as atividades baseadas no marketing, concluindo que em uma sociedade tão abarrotada de estímulos, de informações, passa a ser fundamental que as organizações procurem um posicionamento privilegiado na mente do público; e, para chegar a esse fim, o marketing pode contribuir de diversas formas. Essa reflexão é feita trazendo um contexto histórico que vai desde a década de 1970 até os dias atuais.

Atividades classificadas como pertencentes ao Terceiro Setor já aconteciam antes mesmo de esta classificação existir. O termo Terceiro Setor surgiu no início dos anos 1990, reunindo organizações como as chamadas auto-geridas, sem fins lucrativos, não governamentais, dentre outras. E até a emergência do conceito de Terceiro Setor, pouco ou nada se falava a respeito do uso de marketing pelas organizações cujas atividades tinham fins sociais.

Voltolini afirma que mesmo depois de uma década de discussão sobre a aplicabilidade do marketing às organizações sociais, muitos mitos ainda pairam sobre este tema, visto que o tempo de debate ainda não foi suficiente para retirar do marketing alguns rótulos negativos. Em meio a preconceitos e resistência, há os que reconhecem as contribuições do marketing para as organizações, mas, ainda assim, o fazem com algum estranhamento sobre as contribuições positivas que ele pode dar às organizações do Terceiro Setor.

É como se marketing e Terceiro Setor fossem incompatíveis, visto que o primeiro surgiu no contexto empresarial de competitividade, e o segundo se fundamenta em uma lógica colaborativa. Além disso, há a idéia de que o marketing desumaniza as atividades, assim como o seu caráter planejado e controlado é antagônico à cultura colaborativa das organizações do Terceiro Setor. Portanto, esta série de mitos e preconceitos acerca do marketing contribuiu para que ocorresse resistência da parte dos líderes das organizações.

O autor atribui os diversos rótulos negativos do marketing ao mau uso que alguns gestores fazem dele, deixando passar à sociedade uma idéia de que a sua prática se baseia na enganação. Porém, mesmo com as más práticas e com as diversas manifestações contrárias ao marketing, muitas organizações do Terceiro Setor fazem uso dele. A adoção das atividades de marketing se deve, dentre outros fatores, à necessidade de atrair a participação das pessoas junto às causas defendidas pelas organizações.

domingo, 19 de outubro de 2008

Primeiro dia de aula

Segundo a minha mãe, no meu primeiro dia de aula, ela me acompanhou até a sala, cumprimentou a professora e ficou ao meu lado, preocupada com a minha reação diante daquele ambiente novo. Para a sua surpresa, eu disse:

- Minha mãe, vá embora, que aqui é escola de gente pequena.

Mas ela ficou, de longe, me observando. Eu não chorei. Ela foi embora. E, naquele tempo, quando me dava bronca, e certas vezes também brincando, ela dizia:

- Hum, a sinhá moça está muito senhora de si!

domingo, 21 de setembro de 2008

Expresso Doppio

Foto: eu e Rafa tomando café no Páo de Açúcar, em Recife-PE

Inspirada no livro de Jeremy Wright – Blog Marketing – decidi mudar o nome do meu blog. Esse autor propõe uma classificação para blog baseada no tipo de personalidade do blogging externo. A sua forma de classificar foi selecionar os sete melhores tipos de blogs comerciais e os caracterizar como diferentes personagens ou locais de uma cidade. Desta idéia, surgiram as sete classificações para blog, que são:

> Barbeiro: esse blogueiro possui grande conhecimento graças aos anos ouvindo os clientes e não vê problemas em compartilhar esse conhecimento. (Acho que esse blogueiro poderia também ser chamado de blogueiro taxista rs)

> Metalúrgico: o blogueiro metalúrgico conhece bem o seu ramo de atuação, trabalha dentro da organização e por isso molda o setor e as opiniões nas suas dependencias.

> Ponte: é alguém que faz contatos, influencia e ajuda a aproximar as pessoas. É obcecado por relacionamentos e pela associação entre pessoas e, como resultado, pode atuar como pacificador. No ambiente corporativo, o profissional de relações públicas pode ser um blogueiro-ponte natural. (TINHA QUE POSTAR ESSA DESCRIÇÃO COMPLETA EHEHEH)

> Janela: é similar ao blogueiro metalúrgico no sentido de que trabalha dentro da organização. Difere dele porque fala tanto de assuntos internos quanto de assuntos externos à organização, enquanto o metalúrgico fala somente de assuntos internos.

> Placa de sinalização: o blogueiro placa indica coisas bacanas e de interesse de seu setor. Pode postar dezenas de notas por dia à medida que descobre coisas bacanas.

> Pub: o blogueiro pub gera discussões com a finalidade de convidar pessoas de opiniões diferentes sobre uma dada questão. A idéia é debater algum tema e, nesse processo, rir de se mesmo ou das outras pessoas.

> Jornal: o blogueiro jornal funciona como um jornalista mesmo, tentando reportar mais do que opinar, ele dá o máximo de si para se ater somente aos fatos. (em tese deveria ser assim – observação minha eheh)

Wright deixa claro que um mesmo blog pode incluir características de diversos tipos. Esta divisão é somente uma maneira (bem humorada, por sinal) de pensar e classificar os blogs.

Inspirada na idéia de Wright, pensei no blog café. Blogs com títulos café existem aos montes por aí, nas mais diversas plataformas. Só no blogspot, por exemplo, existem o blogcafe, o cafeexpresso, expressoduplo, e deve existir vários outros títulos. E agora tem o meu expressodoppio. Mas como seria o blog café?

> Café: o blogueiro café é aquele que se dispõe a comentar qualquer assunto que lhe inspire escrever. Pode falar com a intenção de rir, como pode falar para desabafar, depende do seu estado de espírito. Pode querer fazer piada, ser irônico, mas também pode querer falar sério, ou contar uma história. E pode ainda convidar um amigo para tomar um café com ele (como eu fiz com Fernando, quando o meu domínio ainda era assimfalavaelvirinha).

Pensei no café (espaço) como um local que me agrada ir com amigos para conversar, ou sozinha para ler, ou ainda para “fazer hora”. Pensei no café expresso como uma bebida que me acompanha sempre: tomo na faculdade, na Saraiva, na Siciliano, no Lucca, no Dom Crioulo, no Pereira. E o expresso duplo é ainda melhor porque é mais forte. Por isso, expressodoppio.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

INTERCOM 2008

Foi perfeito!

Aproveitei o máximo que pude, mesmo! Fui à abertura para ver um conferencista de Israel que fala português tão bem... Queria falar inglês como ele fala português. Assisti a apresentações de gente de Manaus a Porto Alegre, sobre os mais variados temas. Entre as minhas palestras prediletas estão a de storytelling, a de marketing viral, a do evento Planeta Terra, a das sociedades tradicionais, a do youtube e suas interdições, a de cultura organizacional, ah!... Quantas prediletas, não? É que o evento é bom, viu? Oferece de tudo, são tantos temas que fica difícil escolher entre um e outro. E percebam a variedade: de storytelling a evento, de marketing viral a sociedades tradicionais.

Além das palestras, teve o momento dos livros. Eu comprei três: um dicionário de termos de relações públicas, um sobre pesquisa em relações públicas e outro sobre o meu tema de TCC. Ganhei não sei quantos impressos gratuitamente, porém menos do que no ano passado, em Santos, quando ganhei até revista. Mas ainda assim valeu. E para fechar com chave de ouro este evento, assisti no último dia à premiação RP Brasil, promovida pelo portal RP Bahia. A professora Cristina Cunha, da UNEB foi indicada para o prêmio ao profissional de mercado. Mas o melhor de ter ido a esta premiação foi poder ver pessoalmente tantas pessoas cujos textos tenho lido ao longo da minha graduação. Muitos deles estavam ali reunidos. Mas não todos, porque a premiação aconteceu no mesmo horário em que estavam ocorrendo grupos de trabalho (GTs) sobre relações públicas.

Os momentos entre uma “aula” e outra também foram bem interessantes, pois pude conhecer muita gente, de todo canto do país. Imaginem, em uma mesma conversa, pessoas de Recife, Roraima, Salvador, Santos e São Paulo? Ou de Goiânia, Minas Gerais, Natal e Salvador? Congresso nacional é isso! :) O pico foi a conversa com uma professora da UFMG, a quem eu fiz inúmeras perguntas. Tá. Era mais uma tira-dúvidas do que uma conversa propriamente dita. Eheh Ela chamou a Marta Suplicy (PT - SP) de safada (“é uma safada”), mas disse que ainda há político que trabalha, e citou Walter Pinheiro (PT - BA), dizendo que pôde acompanhar de perto o seu trabalho na câmara durante a escolha do modelo de TV digital para o país, quando ele ficou até contra o presidente e... Ah, gente, se eu for contar toda a conversa aqui não ver ter espaço que comporte tanto assunto.

Agora, para não dizer que só fiz ir às universidades, também posso dizer que tive em Natal os meus momentos de lazer. Pois fomos, na noite de sábado, à boate Nyx. No domingo, antes de nos prepararmos para ir ao aeroporto, ainda deu para tomar banho de piscina no hotel, que tem uma vista maravilhosa, panorâmica, para o mar. O almoço foi em um restaurante muito bom, mas que o nome eu não lembro agora. Mas era bom, eu juro! Tinha de sushi a churrasco. :P

Resumindo, o Intercom 2008 foi de palestras, livros, conhecimentos, novos conhecidos (festa também) e uma companhia ímpar: a minha amiga Itana, lá dos tempos de Salesiano, que me deu a alegria de saber que eu contribuí para a sua escolha de curso (precisava dizer isso aqui, amiga, pois eu não imaginava - que lindo!). Segundo ela, eu a convidei para irmos ver uma palestra na Universidade Salvador, sobre os cursos que ela oferecia, dentre eles estavam Publicidade, Relações Públicas e Negócios Internacionais. Ela escolheu Publicidade, eu escolhi Relações Públicas. Mas o Intercom é para comunicólogos. E em 2009, gente, tem mais, é em Curitiba. Escrevi esse breve relato aqui para mostrar a riqueza deste evento, dizer que ele vale à pena e desde já convidar os meus amigos para a próxima edição do Intercom nacional.

domingo, 17 de agosto de 2008

Sensibilidade

Foi a palavra que me ocorreu para chamar de inspiração. Dizem que inspiração pode vir do nada, dizem que é um estalo. Surge. Eu, apesar de acreditar que técnica se aprende, sim, também admito que inspiração vem “do nada”. É como quando a gente está em um lugar cheio de gente estranha, cheio, cheio que faz calor, e surge uma frase, uma idéia. Mas aí acontece que nem sempre a gente tem um pedaço de papel, e a gente não anota, não toma nota. E o que acontece? Esquece! Porra! Tinha uma frase perfeita, um título e tanto, e esqueci. A sensibilidade para mim, no meio daquela gente estranha, não valeu de nada. Porque esqueci o título brilhante.

A idéia, pelo menos, ainda está aqui. Então me resta escrever sobre ela sem o título arisco e irônico que tinha me ocorrido. Que merda. Fazer o quê? Pensar, tecnicamente, em um título que provavelmente não será tão provocativo. Mas será um título, ué?! Meio caminho andado. E hoje também não tem foto. Deixa pra lá, até porque a foto que preciso para ilustrar a idéia não foi tirada na minha máquina. Então não públicarei o texto sobre a idéia, nem a foto que a ilustra. Por enquanto.

sábado, 2 de agosto de 2008

Enquanto João Ubaldo Ribeiro ganha o Prêmio Camões...


Paulo Coelho se auto-declara o intelectual mais importante do país, em entrevista publicada pela revista masculina Playboy. Apesar de nunca ter lido um livro sequer que ele escreveu, eu acredito que a sua obra serviu para popularizar a leitura no país. Não digo isso com base em pesquisa, falo apenas a partir de impressões minhas, depois de ver os seus livros serem vendidos como encarte de jornal, conhecer gente que o leu quase por inteiro rsrs e ver que os seus livros, mesmo nas livrarias, não são caros. Ou seja, são acessíveis. No submarino, por exemplo, O Alquimista pode ser encontrado por R$ 17,30. Já Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo, pode ser encontrado por R$ 51,90. A acessibilidade tenho de reconhecer que existe, fazer o quê? Mas daí a se dizer o mais importante, sei não...

Muitos colegas lá de Letras cairiam na gargalhada se me ouvissem relatar essa notícia. Pois lembro bem de, ainda no primeiro semestre, eu argumentar sobre a acessibilidade dele, que, bem ou mal, serve para que as pessoas leiam mais, e ouvir que ele era superficial. Quanto a ele ser superficial, eu não posso relatar a minha impressão, porque não o li. Quanto a pesquisa, não posso comprovar numericamente a minha impressão de que o povo lê Paulo Coelho. A pesquisa mais acessível a mim no momento é a enquete da Folha Oline, que perguntou se os leitores concordavam com a declaração do escritor Paulo Coelho. E de um total de 1.831 votos, 93% eram discordando da declaração do escritor.

Já sobre João Ubaldo eu posso falar um pouco, pois li Viva o Povo, vi entrevistas suas, assisti a inúmeras aulas sobre ele e ainda pude perceber como ele é bem quisto na Ilha de Itaparica-BA, local onde nasceu. Ele ganhou o Prêmio Camões 2008, o “mais importante reconhecimento a autores da língua portuguesa”, segundo O Globo Oline rsrs. Ele é o oitavo escritor brasileiro a ganhar o prêmio. Os outros já consagrados foram: João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antônio Cândido de Mello e Sousa (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003) e Lygia Fagundes Telles (2005).

É... Adaptando o ditado... “Contra fatos não há contra-argumentos”!!! Diante de tantos escritores consagrados, para que certas declarações?! Soa pretensioso. Eu não sei mais se destacarei o lado bom da obra do escritor Paulo Coelho depois dessa. Agora, o que eu teria para contar nas aulas é: ô, gente! Ele também tem o seu valor, o que é isso? A escrita dele é popular. Por outro lado, a explosão editorial faz o cara se achar: vejam que ele disse a Playboy que se considerava o intelectual mais importante do país. É, gente! Sim! Saiu na Playboy de agosto de 2008, a que tem Carol Castro na capa. Não, eu não vi a revista, não comprei a revista! Tá me estranhando, ohw?! Vi essa notícia publicada na Folha Online. :P

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Operação Satiagraha


ISTOÉ – A PF prende os criminosos de colarinho branco, mas eles acabam não passando mais do que três dias na cadeia. Isso não gera um sentimento de impunidade?

Corrêa – Não. É preciso que se faça uma diferenciação. Existem dois tipos de prisão que acontecem nesses casos, a temporária e a preventiva. Elas cumprem seu papel na produção de provas, para que as pessoas sejam ouvidas e aconteçam operações de busca e apreensão. Ou seja, a pessoa é presa temporariamente para que não possa interferir no processo de investigação. Depois disso, manter as pessoas presas seria uma violência contra o cidadão. Daí, segue o processo com o cidadão em liberdade aguardando o trânsito em julgado, para uma condenação ou não.

Esse é um trecho da entrevista de Luiz Fernando Corrêa, concedida à revista Istoé e publicada no exemplar de 16 de julho de 2008. Ele é diretor geral da Polícia Federal, e saiu de férias na última terça-feira (15/07) tsc tsc. Quando li a pergunta, lembrei de imediato de quando soube que Daniel Dantas já estava solto. Realmente, quando ouvi a notícia de que ele havia saído da cadeia, pensei que essa operação da Polícia Federal acabaria em impunidade. Ah! Vai dar em nada...

A pergunta da ISTOÉ a Corrêa foi bastante oportuna, pois acredito que muita gente gostaria de fazê-la tetê-a-tête com uma autoridade. Afinal, quantos aqui nunca ouviram ou falaram que no Brasil apenas os pobres ficam presos, que quem é rico não é condenado, que corrupto rouba e depois vai viver bem longe e etc. Quer a resposta do diretor de férias esteja coerente ou não, o sentimento da gente é que essa gente do colarinho branco sai ilesa mesmo.

E... Como será que terminará essa operação? Tsc tsc

quarta-feira, 9 de julho de 2008

São João 2008


Este ano, Rafinha me convidou para ir a Recife durante a festa junina. Ficaríamos hospedadas lá e iríamos a Caruaru, durante a noite, para a festa. Proposta irrecusável essa de conhecer o maior e melhor São João do mundo! Aqui em Salvador, quando me perguntavam sobre o São João e eu dizia que ia a Caruaru, todos ficavam impressionados. “Se divirta por mim!”, “Caruaru???”, “Ê, que chique!” foram alguns dos comentários que ouvi.

E, realmente, a festa é grandiosa. Para se ter uma idéia, em 2007, o Parque de Eventos Luiz Lua Gonzaga recebeu 1,5 milhão de pessoas. São diversos pólos temáticos à disposição do público, com música, dança, comida, bebida, tanta coisa, que seriam necessárias muitas postagens para descrever em minúcias esta festa. Nós fomos ao Parque de Eventos na noite de 21/06, sábado. Foi a primeira vez que vi um show de Zé Ramalho, muito bom. Também assistimos ao concurso de quadrilha, tomamos chocolate quente, visitamos o mercado... Enfim, fizemos de tudo!

Fato impossível de não notar e que demonstra claramente a grandeza da festa era a explosão de marcas por todos os lados. Logo na entrada, a Skol, como se vê na foto. No stand do Sonho de Valsa, havia concurso de dança, um cupido com quem as meninas podiam tirar foto, distribuição de chocolates e uma roda gigante linda, toda rosa, com o chocolate estampado. O Sonho de Valsa foi o principal produto divulgado neste São João, e as suas peças diziam o seguinte: “Sonho de Valsa, patrocinador oficial do amor no São João”. Ainda tinha o stand da loja Marisa e até do Bombril, fora as que eu não lembro agora.

Mas o São João não foi só de idas a Caruaru. Conhecemos também Gravatá e Serra Negra. Em Gravatá, comemos fondue e tomamos chocolate quente. Em Serra Negra, comemos carne do sol no almoço, vimos a demonstração de tiros de bacamarte (só com pólvora) e depois dançamos forró até a noite. Em Recife, onde passamos a maior parte do tempo, fomos duas vezes ao Parraxaxá - um restaurante de culinária regional -, a um restaurante de culinária oriental e duas vezes ao Boi Preto. Opa! E que fique registrado que apenas o café da manhã a gente tomava em casa, as outras refeições eram todas na rua. Ainda fizemos compras na Casa da Cultura, conhecemos dois shoppings (um deles o maior do norte-nordeste), fomos ao cinema e também vimos filmes em casa.

Conhecemos o Mirabilândia, um parque de diversões que fica entre Recife e Olinda, vimos Mike e Oto, os seus mascotes, andamos, andamos, andamos, mas não brincamos, porque ainda estavam acontecendo os últimos ajustes para a reinauguração, que aconteceu em 27 de junho (quando eu não estava mais lá =/). Em Olinda, demos uma passada rápida numa loja, para comprar souvenir, enquanto conversávamos com um casal de chineses, amigos de David, o nosso anfitrião. A moça falava inglês muito bem e o seu namorado falava português! Hilário vê-lo explicando o caminho ao taxista (ele morou em Recife durante oito anos) e em seguida falando Mandarim com o seu tio. :D

Para completar essa viagem “junina”, no meu último dia em Recife fui a mais um rodízio no Boi Preto, de lá, ao shopping. No caminho para o shopping, ainda ganhamos chaveiro e caneta da Mandacaru Segurança (“No São João de Caruaru a festa é sua, mas a segurança é nossa” ehehe) , revista e jornal sobre Caruaru. Do shopping, seguimos para casa para eu arrumar as malas. Enfim, segui para o aeroporto, acompanhada de todos os novos amigos, e de Rafinha, que ainda ficou em Recife mais três dias.

Tentei ser o mais sucinta possível, então deixei de registrar vários momentos. Para falar de tudo, só se eu passasse dias e dias postando sobre essa viagem. Mas precisava registrá-la, pois vi tantas coisas diferentes, tanta cultura e, principalmente, fiz novos amigos. Porque este blog não é (só) um diário virtual, mas (também) é um diário virtual. Para terminar, um muito obrigada a David e Diana, que nos hospedaram, a Rafa, que me convidou para essa viagem e a todos os outros novos amigos.

terça-feira, 10 de junho de 2008

A AMAZÔNIA É NOSSA!


Li essa reportagem de capa, da edição de 28 de maio de 2008, que me trouxe algumas informações novas e interessantes. Enquanto lia, lembrava de outro texto, que a minha professora de Geografia do 1º ano do ensino médio levou para a sala de aula. Era um discurso do senador Cristovam Buarque, em uma universidade nos Estados Unidos, em 2000. Ele foi questionado sobre a sua opinião a respeito da internacionalização da Amazônia. O jovem que formulou a pergunta pediu que ele respondesse não como brasileiro, mas como humanista.

Oito anos se passaram desde que Cristovam Buarque respondeu a pergunta desse jovem, mas o seu discurso ainda é atualíssimo. Tanto que serve para reforçar o grito desta edição da revista Istoé.

A sua resposta foi a seguinte:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado

Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.

Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

*Cristovam Buarque foi governador do Distrito Federal e reitor da Universidade de Brasília (UnB). É palestrante e humanista respeitado mundialmente. E, para completar, é da família Buarque, essa mesma, de Aurélio Buarque, Sérgio Buarque e Chico Buarque!

segunda-feira, 26 de maio de 2008


Faltam dez minutos para a meia noite, pelo menos no meu computador rsrs. Preciso ser rápida. Basicamente quero falar o que o título já resume, que mais um feriadão está acabando. Tivemos o do dia de Tiradentes, o do dia do trabalho e agora o de Corpus Christi. No segundo semestre, quase todos serão em sábados ou domingos. Então, acabaram-se os feriadões. Apesar de que nem todos tiveram feriadões, porque esse “caiu” na quinta eheh. Bom para uns, ruim para outros... Certa feita um colega disse que adorava feriadões. Yane, por seu turno – ah, ela costuma usar essa expressão, respondeu dizendo que muitas empresas perdem com os dias de feriado e com os feriadões. São dias em que as pessoas não trabalham. As ORGs perdem em produtividade, segundo essa amiga. Eu gosto e desgosto, porque quando tem feriado as minhas atividades ao invés de diminuírem, aumentam. Pois os professores querem passar mais tarefinhas de casa. Além disso, acabo procurando mais coisa ainda para fazer, como ver filmes e sair com os amigos. Nesse feriado, em especial, comemorei o aniversário da minha amiga Barbara e vi dois filmes – Stigmata e Perfume de Mulher, este último, por sinal, pela segunda vez. Alguém aí achou esse texto um exemplo de anacoluto? Rs... É o fluxo da consciência... E o objetivo foi esse mesmo! Escrever rápido, "sem pensar", E conseguir postar antes de o feriadão terminar!!
Foto: objetos do feriadão!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

30 minutos


30 minutos
Quando beber é sinônimo de stress


Lá vamos nós - felizes amigas – à diversão da noite de sábado. O local escolhido foi a casa noturna Dolce, onde haveria dois DJs, whisky, tequila e vodka dobrada até 1 hora da manhã. Pura felicidade, hein? Ledo engano! Chegamos 20 minutos antes de o prazo para as bebidas dobradas esgotar. Logo o primeiro ato foi seguir ao balcão e (tentar) pedir as tequilas. Vou eu, de um lado, espero, espero, espero, nada! Do outro, espero, espero, espero, nada!

Fiquei chateada, Barbara também, Rafinha foi mais paciente, tolerante com o “bom” atendimento da casa. Simone também não se estressou, tão pouco Daniel. É, Barbara, nós somos as clientes “chatas”. Começamos a elaborar estratégias para conseguir consumir as bebidinhas. E aí? Precisávamos chamar a atenção dos bartenders. Mas como? A minha querida amiga então teve a brilhante idéia de começar a retirar os canudos do (porta-canudos?) e deixá-los em cima do balcão, ou seja, inutilizá-los. Assim, enfim, chamamos a atenção!

Bebidas na mão, não tequilas, porque estas já não tinham mais. Mas vodka. E trinta minutos depois do início da operação. É! 30 minutos foi o tempo que levamos para conseguir a primeira bebida da noite. E depois de conversar, discutir, ir pra lá, ir pra cá, e até FALAR COM O GERENTE, que não resolveu porra nenhuma (sem o perdão das palavras). Já na segunda vez que fui pegar uma bebida, para chamar a atenção, precisei dizer um “meu filho, você não vai me atender?” Uma outra vez, pedi um Martini, que também não tinha. E assim foi a noite regada a vodka.

A música foi razoável, com uns “Créus”, eletrônica pop (Summer Electro Hits) e outros flashbacks. Nada contra! Foi tranqüilo ouvir e dançar isso aí. Até dançar o créu foi divertido sim, e engraçado! Comedidamente, sem ir até o chão, por falta de coordenação motora e de coragem de fazer isso. Repetindo: nada contra ao set do DJ! Mas não custa nada dizer que prefiro o som da Lotus. Ah, e não custa nada também dizer que na Lotus é fácil pegar bebida.

Para não dizer que sou tão chata, vamos reconhecer o lado bom, pois sempre há. A climatização estava boa (olha que eu fui com vestido de manga) e a decoração interessante. Não teve fila para entrar e a da saída “andou” rápido. E, ironias à parte, o som também foi legal. Aaaaah, sim! Claro! Não pagamos para entrar graças ao ingresso VIP que era até as 22 ou até a lotação da casa. Obrigada, Fernando, pelos ingressos. Aaaaaah, sim! Mais uma coisa: as companhias foram maravilhosas!


Foto: pedacinho da decoração. Ok, gostei.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Trecho de um conto

Um parágrafo do meu conto "O dia em que não saí do meu quarto":

O seu sorriso não saía da minha mente, e eu não conseguia entender o que aquele gesto queria dizer. Mesmo acordada eu tinha a imagem nítida do velho sorrindo para mim. Comecei a imaginá-lo sentado na cadeira do banheiro, à minha espera. Ao pegar a toalha para me secar, olhei para onde estava a cadeira e nada vi. Sequei o meu corpo, que tremia com aquele frio, e entrei no quarto. Olhei direto para a minha cama vazia. Fui em direção ao meu armário, peguei uma camisola, sem escolher, e finalmente deitei na minha cama. Cobri-me da cabeça aos pés, pois eu não queria olhar para o lado, afinal, o rosto do velho ainda sorria para mim, perturbando a minha imaginação.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Esse cara CAZUZA




Foto publicada no jornal O Globo em 1988 (eu tinha dois aninhos eheh) E hoje estou falando dele. É por isso que o poeta está vivo! "O poeta não morreu, foi ao inferno e voltou, conheceu os jardins do Éden e nos contou"

Ele teria completado 50 anos no dia 04 de abril de 2008. Mas ele faleceu aos 32 nos. Morreu jovem. Ele escreveu versos belíssimos, emocionantes, excitantes. Imagine se ele estivesse vivo, escrevendo e cantando até hoje? Seria maravilhoso! Hoje, terça-feira 08, disse na sala de aula de Literatura que eu queria que os versos dele fossem meus. A professora estava falando sobre quando temos vontade de que alguma obra seja nossa, então eu prontamente falei que sabia bem o que era aquilo, porque queria que os versos dele fossem meus.

Mas no bom sentido, claro. É que eu gosto tanto das suas músicas, que queria que elas fossem minhas. Sou fã? Será? Sim! Mas eu acredito que se ele fosse vivo e eu o visse eu talvez nem fosse falar com ele. Ou, talvez, se falasse, diria somente que gosto demais do som que ele faz. Só isso. Não pularia no seu pescoço, nem puxaria a sua roupa. Isso já é histeria, péssimo.

Ouço o som do Cazuza desde pequenininha. Sobre música, aqui em casa, eu não tenho do que reclamar. Tenho lembranças de ouvir o Raul Seixas, por exemplo. E o meu irmão me chamava carinhosamente de rainha do rock’n’roll. Ouvia também o Cazuza, claro. Temos até hoje vinis dele. Mas eu era ouvinte passiva, pois escutava porque os outros escolhiam. Mas talvez eu curta tanto o Cazuza graças à minha família. É por isso que o meu filho também o ouvirá passivamente. Enquanto eu ouço, ele ouve. E, quem sabe, anos depois, ele também será fã.

Hoje eu escolho escutá-lo sempre, faz parte do meu dia-a-dia. E estou ouvindo agora a fim de ter mais inspiração para escrever. As minhas prediletas são...

Fora de ordem, escreverei no “fluxo da consciência”:

POR QUE A GENTE É ASSIM: “mais uma dose, é claro que eu estou a fim” “você tem exatamente, um minuto pra aprender a me amar” “você tem a vida inteira para me devorar”

MAIOR ABANDONADO: “eu to perdido, sem pai nem mãe, bem na porta da tua casa, eu to pedindo, a tua mão, e um pouquinho do braço” “mentiras sinceras me interessam”

BETE BALANÇO: “Bete Balanço, meu amor, me avise quando for a hora”

VIDA LOUCA VIDA: “vida louca vida, ninguém vai nos perdoar, nosso crime não compensa”

VIDA FÁCIL: “tin tin a tua corte agradece” “um brinde, o nosso astro merece” “ao seu fã clube fiel dá autógrafo é talão de cheques”

BLUES DA PIEDADE: “agora eu vou cantar pros miseráveis” “vamos pedir piedade, senhor, piedade pra essa gente careta e covarde”

BRASIL: “grande pátria desimportante, em nenhum instante eu vou te trair”

PRECISO DIZER QUE TE AMO: “quando a gente conversa, contando casos, besteiras” “tanta coisa em comum, deixando escapar segredos”

FAZ PARTE DO MEU SHOW: “digo alô ao inimigo, encontro um abrigo no peito do meu traidor” “faz parte do meu show”

UFA! Chega, por enquanto...

Parabéns, Cazuza, onde quer que você esteja.

Ah, para terminar, tem quem diga que queria ter ido a um show dos Beatles. Né, Guito? Eu queria ter ido a um show dos Beatles, do Raul, da Legião. Mas queria muitoooo ter ido a um show dele, com o Barão, durante sua carreira solo, ah, queria, fosse como fosse!!! Muito, muito, muito!

Cada um com as suas preferências, né? :D

terça-feira, 25 de março de 2008

Semana Santa de Pecado


SEMANA SANTA DE PECADO

- Na minha época não tinha nem música – disse a minha mãe sobre os sons dos carros na Praça Morena Bela, em Serrinha – BA. Eles emitiam pagode baiano e outros “Créus” da vida. Quem já ouviu pagode baiano sabe do que estou falando e quem já ouviu funk carioca também. Aliás, “o pagode está para a Bahia como o funk está para o Rio”*

Mais adiante, ela completou: - É... A Igreja Católica perdeu poder...

A semana santa é um período religioso que celebra a subida de Jesus ao Monte Calvário, sua crucificação e sua ressurreição. Esses são somente os motivos que mais se popularizaram, porque, desde o século IV, a semana santa começa no Domingo de Ramos – é uma semana mesmo! – depois tem a Segunda – feira Santa, Terça - feira Santa, Quarta – feira Santa, Quinta – feira Santa, e, finalmente, os dias mais conhecidos: Sexta – feira Santa, Sábado de Aleluia e Domingo de Páscoa.

Especialmente este ano, passei um feriado de Semana Santa mais “religioso”. Fui a Serrinha-BA, terra onde a minha mãe cresceu. Lá fiquei hospedada em uma casa exatamente ao lado da Igreja Católica da cidade. Chegamos na Quinta-feira Santa e à noite fomos ver a procissão, que saía da Igreja. Quando os fiéis finalmente saíram da Igreja, eles começaram a se organizar para seguir com a procissão até o monte onde ficava uma Santa da cidade (espécie de Cristo Redentor, mas que não é nenhuma oitava maravilha do mundo).

Eu e o meu grupo, não tão fiéis a procissões, seguimos de carro a fim de esperar a chegada do grupo de fiéis ao monte da Santa. Não para a minha surpresa, já que houve um pequeno congestionamento no caminho, vários outros carros já estavam estacionados no terreno baldio próximo ao monte. Então saímos do carro e fomos procurar um local adequado para assistir à peça que seria encenada logo mais. Ficamos ora de pé, ora sentadas, conversando.

Sabíamos onde a procissão estava porque o grupo de pessoas formou um “tapete” de velas acesas. Quando os fiéis começaram a se aproximar, a minha mãe fotografou-os. Eles chegaram, finalmente, e a peça começou. Era a cena em que Pilatos lava as mãos e “acata” a “decisão” dos judeus (assim Roma ficou isenta da morte do “filho de Deus”) de soltar Barrabás e... Todos já sabem o resto!

A peça acabou, todos apagaram as suas velas, muitos jogaram os papéis que serviam de “abajur” para as velinhas no chão (¬¬) e seguiram “catárticos” para as suas casas. Nós entramos no carro de novo e seguimos para uma pizzaria. Na pizzaria comemos e bebemos (cerveja). À meia-noite fomos para a casa.

Ouvi um relato, no dia seguinte, que um carro do governo do Estado da Bahia – aquele Fiesta branco? Não sei – estava entre outros carros que iam à procissão, com três mulheres dentro. Não posso afirmar qual o caráter daquela locomoção, tão pouco o das mulheres. Sei apenas que esse tipo de carro só deve ser utilizado em serviço. Mas talvez elas estivessem em serviço, quem sabe?!

A moqueca de peixe do almoço da quinta e a pizza foram somente a largada das ações pecaminosas. Nos dias seguintes, tudo foi uma gula só: mais pizza, bacalhau na sexta – que fiquei bem claro -, churrasco de bode no sábado e, para fechar com chave de ouro, aniversário de criança no domingo. Pensei, depois dessa maratona gastronômica: agora, só tomando Herbalife!

Ah, claro, no Domingo de Páscoa todas as crianças estavam ansiosas por receber os seus ovos de chocolate, umas pelo chocolate, outras pelos brinquedos que vinham dentro. E eu, como boa adulta que sou, ensinei uma delas a usar o brinde que veio em um dos seus ovos de chocolate.

*Frase de Leonardo Bahiense, durante uma conversa descontraída, que não foi em Serrinha.
Foto: A igreja da cidade. Ao lado, pintado de amarelo, o muro da casa onde fiquei hospedada.





sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

By Fernando Barros

Foto: eu e Nando, na casa dele na ilha de Itaparica (terrinha do João Ubaldo Ribeiro - há umas homenagens a ele em uma praça). Ah, gente, e Ilha de Itaparica também é cultura: tem o forte, tem a casa onde foi gravado O Bem Amado, tem o painel em homenagem a Ubaldo, tem a atmosfera de Viva o Povo Brasileiro ehehehe

O texto abaixo é dele - Fernando Barros - meu colega da faculdade e grande amigo.

Como não possuo blog, só me resta dar pitaco no dos outros, por isso estou aqui neste espaço, gentilmente cedido por Elvirinha, para falar sobre amenidades como:

SER ou Não-SER, eis a questão.

Dúvidas. Incertezas. Mil Perguntas na cabeça. Quantos de nós não já passamos por essa situação? Nada mais normal. Nossa vida é mais repleta dessas coisas do que a gente se dá conta. A pergunta que entitula esta minha divagação (é verdade, um clichê) dá bem a medida da questão. Por muitas vezes, somos assaltados com receios, inseguranças e as famosas dúvidas: isso ou aquilo? assim ou assado? E tudo isso nos assusta. Nossa cultura não nos prepara para lidar com as incertezas. Ultimamente, por exemplo, tenho passado bem por isso. Estou com muitas dúvidas. Parece que tudo se mistura e se confunde em minha mente. Se penso em fazer algo, logo penso em não fazê-lo. Se me apresentam alternativas, não sei ao certo a que escolho. Deito a cabeça no travesseiro e me pergunto se estou fazendo o certo, se aquilo é exatamente o que eu quero, etc. Conviver com tantas inquietudes é algo meio complicado e, como disse antes, é também assustador. E, em muitos casos, me pego assustado, meio perdido diante de tanta confusão, mas tenho procurado administrar o “desconforto”. Tenho percebido que é preciso encarar o problema. Lidar com tantas dúvidas pode ser um grande desafio. É melhor ter muitas coisas em mente (mesmo que elas sejam controversas, excludentes) do que nenhuma. Imaginem se soubéssemos sempre das coisas, se tivéssemos certeza de tudo, se não tivéssemos perguntas, dúvidas, se não hesitássemos em nada nem por um momento? Me parece meio chatinho isso, não? Tudo bem, talvez eu tenha invejinha dessas pessoas que têm a vida meio certinha, que sabem o tempo todo o que querem, que fazem sempre A e têm a certeza de que jamais fariam B. Hum... Será? Acho que não. Prefiro as minhas dúvidas de sempre, a minha insegurança escondida do que a obviedade ululante dos que se acreditam bem resolvidos. Até mesmo porque, quem sabe, essas coisas incômodas que nos angustiam e nos colocam incertos sejam a parte mais rica que trazemos em nós.

Por: Fernando Barros.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Conto

Lições de Mestre

Em 1968 tive o meu primeiro encontro com a minha primeira professora de teoria literária. Cheguei à sala e logo ela mandou que eu me sentasse, pois já passava das nove horas. Peguei a apostila e comecei a ler, pois uma hora mais tarde eu deveria lhe entregar as questões respondidas. E por cada resposta errada, eu recebia uma punição diferente. Foi desta maneira, durante toda a graduação, que adquiri a experiência e o conhecimento que utilizaria com as minhas alunas.

Hoje, volto à universidade onde fui graduando, como professor. Devo muito a este lugar, principalmente porque ele me proporcionou a convivência com a minha querida mestra, já falecida. Leciono teoria literária, como ela, mas gostaria também de dedicar-me ao ensino de literatura inglesa, quando poderia trabalhar com mais profundidade textos dos meus autores prediletos, em especial, Allan Poe.

Quando entrei na sala, ela foi a primeira pessoa que eu vi. Estava de pé ao lado do quadro. Os seus cabelos pretos e os óculos de grau me remeteram de imediato a minha professora de teoria literária. Fui flagrado fitando o seu corpo quando ela olhou pro lado. Eu desviei o meu olhar para outra parte da sala. Ela perguntou:

- É o senhor o professor?

- Sim, sou eu. Podemos começar?

- Claro!

Ela escolheu uma carteira na primeira fileira e sentou com as pernas cruzadas uma sobre a outra. Eu me apresentei a toda a turma e tive uma conversa descontraída sobre literatura com as meninas. Perguntei se elas costumavam ler com freqüência, o que cada uma gostava, quais eram os seus autores prediletos, enfim, procurei conhecer um pouco das minhas alunas. E no final, passei a leitura de dois textos:

- Para a próxima aula, o texto “Porque ler os clássicos” de Ítalo Calvino. E como leitura facultativa, fica a sugestão do conto “Os crimes da rua Morgue” de Edgard Allan Poe. As ruas parisienses guiarão vocês entre fantasia e mistério, a inquietação é garantida durante a leitura deste conto.

Enquanto eu me preparava para sair da sala, a Sofia se aproximou da mesa:

- Professor, eu fiquei atraída pelo o que o senhor falou sobre o conto. Ainda não conheço este autor, mas acredito que a leitura será agradável.

- Se quiser, em casa, eu tenho outros títulos que posso te emprestar.

- Adoraria. Posso pegá-los hoje?

- Claro, vamos. Você ainda terá a chance de saborear um mocha, cappuccino com calda de chocolate, que aprendi a fazer com um amigo inglês. Adoro cafés, por isso comprei uma cafeteira semi-profissional. Posso preparar um para você enquanto escolhemos os contos que eu te emprestarei.

- Hum, bom, né? – ela disse, sorrindo.

No fim do dia, encontrei a Sofia e seguimos para a minha casa a pé, pois eu morava a duas quadras da universidade e optava por ir e voltar andando. Conversamos pouco durante o caminho e ao chegar à rua da minha casa não havia viva alma. Permanecemos calados, então eu praticamente só ouvia o som da sua respiração. Chegamos, eu pedi que ela permanecesse na sala e fui pegar os contos. Enfim, preparei o café, servi, e falei um pouco dos contos:

- Do Allan, os meus preferidos são “Manuscrito Encontrado numa Garrafa”, “William Wilson”, “O demônio da perversidade” e o que indiquei para vocês na sala. Pode levar todos, já li tantas vezes que sou capaz de repetir algumas frases. Ah, tenho uma sugestão. Já que você é uma aluna tão interessada, volte no sábado pela manhã, às nove, quando já terá lido alguns contos e poderemos estudar melhor.

- Será uma espécie de aula particular?

- Serão duas pessoas conversando sobre um assunto de interesse comum.

- É, mas o senhor tem mais experiência do que eu. Eu não tenho tanto a te oferecer.

- E eu sou um professor, ora. Faz parte do meu di-a-dia transmitir minhas experiências aos alunos.

- Obrigada pelo café e pelos contos, professor Clóvis. Até o sábado.
Dois dias depois...

- Pontualidade inglesa! Sente-se, preparei um café para você. Como foi a leitura?

- Inquietante. Li cada um a um só fôlego.

- Inquietante, como eu disse na sala de aula. Bem, proponho, para começar, um jogo. Eu te faço algumas perguntas sobre os contos. Certo?

- Certo.

- Mas para cada questão que você errar, receberá uma punição, combinado?

- Uma punição?

- Não se preocupe, menina, um professor nunca faria mal a um aluno. A punição, de certo modo, servirá de aprendizado.

- Tudo bem, se é pela experiência, combinado.

Então vamos ao que interessa, à primeira pergunta. Quais jogos são citados no início do conto “Os crimes da Rua Morgue”?

- Hum... Xadrez, damas... Hum... Tinha mais um que não consigo lembrar!

- Uíste, um jogo de cartas. Você já errou a primeira pergunta! Mas temos de manter o combinado. Vamos, tenho uma pequena tarefa para você.

No final da manhã...

- A sua primeira punição nos tomou o resto da manhã, não há mais tempo para outras discussões.

- Mas será que o professor não me fez uma pergunta relativa a um pequeno detalhe, só para me submeter de imediato ao castigo?

- Sofia, o espírito analista é observador, destrinça enredos e esta habilidade pode ser fonte do mais intenso prazer. Está no conto. Portanto, seja mais observadora, esquadrinhe cada frase, cada diálogo, e poderá até sentir como o personagem da história. Apenas cuidado para não fazer da observação uma necessidade. Até a terça, no Instituto de Letras.

- Até, Clovis.

O primeiro encontro passou, e os contos não foram tão discutidos. Mas nos vimos cada sábado do semestre, lemos outros contos, discutimos sobre teoria, literatura e arte. Claro, tomamos café preparado por mim e a Sofia fez grandes progressos. Ao final do primeiro semestre, ela estava mais experiente, madura, pronta para seguir. Se bem que espero reencontrá-la na turma de literatura inglesa, daqui a alguns semestres.

Na turma seguinte, me chamou especial atenção a Liz, uma aluna que havia passado o ano anterior na Inglaterra estudando inglês. Não pude deixar de tocar no assunto:

- Liz, soube que morou um ano na Inglaterra. E então? Apaixonou-se pelos cafés?

- Claro, tanto que fiz curso de barista e chegando aqui comprei uma cafeteira semi-profissional.

Lá também pude apaixonar-me por literatura estrangeira. Aqui falaremos do Allan Poe?

- Vamos para a sala, Liz. E prepare-se, hoje mesmo sugerirei um conto do Allan Poe.


Autora: eu mesma! :P

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Arte

Foto: Pollock fazendo a sua arte

Esse texto foi uma avaliação da disciplina LPII da UNEB.

É arte

A modernidade modificou sobremaneira os paradigmas sobre o conceito de arte. Por isso, o artista moderno já não procurava somente imitar o real, ou buscar o ideal e a beleza. O século XX foi um período de grandes novidades: a fotografia,o impulso no desenvolvimento dos centros urbanos do Brasil, novas doenças, avanços na medicina, a conquista dos ares pelo avião, enfim, e os artistas foram influenciados por essa sociedade que se revelava agitada e ansiosa pelo vir-a-ser.

A fotografia, em especial, representou um divisor de águas para o modo de fazer arte. Para o artista já não era mais necessário se prender aos pequenos detalhes e reproduzir simetricamente o objeto retratado, afinal, a fotografia o reproduzia ainda com mais fidelidade. Assim, o artista ficou livre das obrigações com a arte-imitação realista, e pôde desenvolver a sua capacidade de criação. Era mais importante, naquele momento, a busca pela livre expressão.

Os acontecimentos na Europa tinham considerável repercussão aqui no Brasil e os padrões de lá serviam de parâmetro para se estabelecer os padrões daqui. Apesar de ter sido um movimento de composição e afirmação da arte genuinamente brasileira, o modernismo no Brasil continha características do que era feito na Europa. Não havia como se desligar do que era produzido lá, até porque alguns artistas brasileiros viveram um período na Europa, como Tarsila do Amaral. A despeito do “fracasso” da semana de 1922 – que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, inaugurando o Modernismo no Brasil -, a arte moderna ganharia mais e mais espaço no país.

A Bahia não tem os níveis do turismo cultural que existe em São Paulo, nem a extensão e variedades dos museus de lá. Tampouco recebe com admirável freqüência exposições famosas. Mas os artistas locais têm dado conta de produzir uma arte da terra, que apresenta a realidade, sem cair no idealismo, que vai de pequanas telas e colagens, a esculturas grandes e pesadas. A arte moderna deu a quem não possui tantas habilidades com a ponta do lápis a oportunidade de trabalhar com outras formas de produção artística, como colagem e costura.

É possível encontrar arte fora dos museus e longe dos monumentos, basta olhar ao redor com mais atenção e menos preconceito. As ruas estão grafitadas pelo “Pinel”, pelo “Grito”, artistas. Mas talvez nem todos notem as suas assinaturas nas “telas” de concreto, pois eles não são pop. Enfim, foi a arte moderna que deu ao pincel a chance de criar sem ao menos tocar a tela. Mais, o seu dono – Pollock - não precisava dizer-se cubista ou fovista, ele era simplesmente artista. Foi a arte moderna que fez dos postes de iluminação, cavaletes, e da pequena cantina do Teatro XVIII – em Salvador -, galeria de arte para quadros ainda menores (no tamanho).

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sociedade dos Poetas Mortos

Foto: Uns meninos da sociedade =]




A resenha desse post foi uma avaliação para a disciplina Lingua Portuguesa III na UNEB.



SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. DEAD POETS SOCIETY. Direção: Peter Weir. Produção: Tom Schulman. Intérpretes: Robin Williams; Robert Sean Leonard; Ethan Hawke; Josh Charles; Gale Hansen; Dylan Kussman; Allelon Ruggiero; James Waterston; Norman Lloyd; Kurtwood Smith; George Martin; Colin Irving; Alexandra Powers. Estados Unidos, 1989, 129 minutos.



“Sociedade dos Poetas Mortos” foi lançado nos Estados Unidos em 1989, dirigido pelo australiano Peter Weir (O Show de Truman/1998 e Mestre dos Mares/2003) e estrelado por Robin Williams. A fotografia ficou a cargo de John Seale (Oscar por “O Paciente Inglês”). Seu trabalho foi brilhante, destacando-se as cenas noturnas - dos alunos a caminho da caverna e das reuniões que lá aconteceram - e a cena diurna em que o Knox Overstreet (Josh Charles) desce livremente uma colina, de bicicleta. As primeiras destacam o caráter clandestino dos encontros e na segunda a filosofia rígida da academia Welton é contrastada com o pequeno momento de liberdade e descontração de um dos seus alunos.

Robin Williams interpreta John Keating, um professor que retornou em 1959 à escola onde estudou, para lecionar Literatura. Como ex-aluno da instituição, ele conhecia os quatro pilares que representavam os valores da Welton Academy: tradição, honra, disciplina e excelência. A despeito destes rígidos valores, Keating aplicou em sala de aula uma metodologia baseada nos valores que ele primava: o livre pensar, a capacidade de mudar o ponto de vista e o desejo por viver cada dia intensamente. Estas idéias resumiam-se na expressão latina “carpe diem”, que ele apresentou aos seus alunos no primeiro dia de aula de forma marcante.

A primeira aula de Literatura, apesar de bem aceita, causou estranhamento nos estudantes. Keating entrou na sala assoviando, pediu que os alunos pegassem o livro didático e abrissem na introdução. Depois ele demonstrou no quadro a forma de interpretação de poemas proposta pelo P.h.d Pitchard. Em seguida, ele mandou que os alunos rasgassem toda a introdução, onde era defendida a interpretação da poesia a partir da área de gráficos da relação entre elementos do poema. Depois, ele chamou os meninos para fora da sala e discutiu a idéia de “carpe diem”, enquanto eles observavam as fotos de jovens que já haviam passado por aquela escola.

Keating fez parte da Sociedade dos Poetas Mortos, grupo que se reunia em uma caverna localizada nos arredores da escola para declamar poemas. Dentre os livros utilizados, estava o “Cinco Séculos de Poesia”, que mais tarde ficou em poder do seu aluno Neil Perry (Robert Sean Leonard), um jovem que sonhava em ser ator. A descoberta de que Keating fez parte da Sociedade aconteceu quando um grupo de alunos observava um anuário da escola da época que o professor ainda era estudante da Welton Academy. Os jovens então decidiram reabrir as reuniões. Além disso, influenciados pela idéia de aproveitar o dia, os estudantes entregaram-se às suas paixões. Dentre outras ações, essa paixão pela vida resultou na concretização do sonho de Neil Perry, que atuou em uma produção da peça Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare. No entanto, inconformado porque o seu pai não aceitava a sua vocação, ele suicidou-se.

Keating foi então demitido da escola, principalmente sob a acusação de ser responsável indireto pela morte de Neil. Mas a sua saída da Welton Academy lhe proporcionou uma experiência emocionante: os seus alunos, “poetas mortos”, ficaram de pé em cima das suas mesas. De lá, cada um deles falou, sucessivamente: “Oh captain, my captain” (Oh capitão, meu capitão). Aquela era a prova de que o professor conseguiu tocar o coração de uma parte dos seus alunos e que, provavelmente, ele ainda seria lembrado por aqueles jovens durante muitos anos.

Esse drama, ganhador do Oscar de melhor roteiro original e melhor filme estrangeiro, é recomendado a professores e estudantes, aos adoradores de poesia e literatura. Deve ser visto também tanto pelos que quiserem entender a estrutura das escolas tradicionais norte-americanas dos anos 50, quanto pelos puramente curiosos ou cinéfilos. E claro, este filme é indicado aos fãs de Robie Williams, que devem perdoar Hollywood por não tê-lo premiado com o Oscar de melhor ator.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Uns parágrafos sobre política


Trechos do texto O Coronelismo numa Interpretação Sociológica, de Maria Isaura Pereira de Queiroz:

“... Finalmente, há também a dominação “colegial”, em que ‘cada membro da família domina uma zona, mas como esta permanece unida e como não tem um chefe marcante, a dominação é mais aristocrática do que monárquica’; neste caso, quase todos os postos locais, médicos, juízes, tabeliães, algumas vezes padres e naturalmente deputados, estão nas mãos de gente pertencente ao grupo familiar”. (QUEIROZ, 1997, p. 158)

“Era ‘normal’, no período das eleições, saírem os chefes políticos e seus cabos-eleitorais em “tournées” pelo interior, carregados de presentes para os eleitores – botinas ringideiras para os homens, cortes de vistosa chita para as mulheres da família do eleitor, roupas e brinquedos para as crianças, sendo que, num envelope, juntamente com a cédula do voto, havia outras de mil-réis... Saboroso folclore eleitoral até agora pouco conhecido e pouco levado em consideração, mas que tem um significado patente, pois revela uma verdadeira “compra” de voto. (QUEIROZ, 1997, p. 160)

Alguma semelhança com a política atual? ¬¬

Só para lembrar, eis um caso de dominação “colegial” à moda do coronelismo:

ACM Neto autonomeou-se membro do CONSELHO EDITORIAL da Rede Bahia. Agora durma com um barulho desse. Segundo a revista Veja de 22 agosto de 2007, ele passaria a utilizar a TV da família em benefício da sua campanha eleitoral para prefeito de Salvador. Ele estaria procurando todos os meios possíveis de se promover.

Isso é o que eu me lembro, sou apenas uma leitora passando a fofoca adiante eheh. E vocês já viram a propaganda da Bavária Premium, não é? Primeiro o segredo da cerveja era o puro malte e a seleção da cevada, depois a cevada vinha da ilha de Malta. Uma informação passada adiante “no boca-a-boca” pode sofrer alterações. Então, para quem quiser se certificar a partir de fontes “confiáveis” (não que eu não seja eheh), segue o link da notícia:

http://veja.abril.com.br/220807/radar.shtml

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Apresentação

Visto que muita gente pode acessar o meu blog (olha a pretensão), continuarei a apresentação de uma forma diferente do primeiro texto. Porque nele eu falei mais sobre o que seria o blog, refleti um pouco sobre blogs em geral e acabei não me apresentando. Para os que não conhecem nada de mim esse texto será útil (eheh). Para os que conhecem, servirá para que eles confirmem o que já sabem ou me conheçam mais.

Vamos lá...
Nome: Elvira (já devem saber, né?)
Idade: 21 anos
Profissão: estudante
Futura profissão: não sei, eheh, mas estudante sempre serei.
Vício: ouvir música
Cantor preferido: no momento, Cazuza
Cantora preferida: hum, não me ocorre agora
Ator: Al Pacino (depois que ele interpretou o cego em Perfume de Mulher então...)
Atriz: Judi Dench
Filme: Orgulho e Preconceito
Livro: Orgulho e Preconceito (Jane Austen)
Mania: tomar café
Comida: pizza
Drink: Sex on the beach
Coleção: canecas (chopadas, starbucks, nescafé, projeto tamar, etc. Várias outras já se foram)
Costume: guardar várias coisas de lembrança em uma caixa. Lá tem de um tudo.
Professor: Antônio Dias (professor de Sociologia da UNEB, per-fei-to)
Professora: Lidiane Lima (professora de Língua Portuguesa I, II, III, Introdução à Comunicação, Legislação e Ética e o que mais aparecer) Quem quer seguir carreira acadêmica pode se mirar nessa pessoa.
Prazer: ir à Sisciliano ler um livro enquanto tomo um café, depois levar o livro novamente à preteleira. Desse jeito já li dois, completinhos. Eheh Agora o livro que tem lá que eu estou lendo é “Faça Você uma Marca” do Francesc Petit. Mas também, quando eu preciso de um livro, é lá o primeiro local ao qual eu vou.
Farra: rave, trivela, carnaval, são João, barzinho, casa de amigo, aniversário de cachorro, etc
Foto: AMO. Ainda faço um curso de fotografia.

Acho que já deu para me descrever um pouquinho... Com o tempo falarei mais. A foto escolhida é para ilustrar o momento agora. São mais de cinco da manhã e eu ainda não dormi. Essa foto foi tirada ontem na ida a uma formatura, da qual voltamos mais de seis da manhã. Isso mostra o quanto desregulado está o meu sono. Mas preciso mudar isso até a segunda-feira. Melhor, na segunda-feira preciso acordar beeeem cedo. ¬¬

Foto: Eu e Rafinha

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Apresentação


Essa da foto sou eu, e não é difícil supor já que até agora este blog está bastante egocêntrico. Eheheh E essa é a mesma foto que está no perfil, depois postarei outras. Essa é somente para a apresentação.

Há algum tempo eu venho pensando em criar um blog. Cheguei a criar um sobre cinema, publiquei uns textos, mas achei que delimitar o tema limitaria os minhas vontades de escrita. Eu precisava mesmo de um blog cujo tema me permitisse falar de qualquer coisa que me ocorresse. Então comecei a pensar em um nome. Pensei em darpitaco euachoque, minhaopiniao, até que comecei a olhar em volta e os meus olhos encontraram o livro de Nietzsche "Assim Falava Zaratustra", que eu não li. Então pensei: é, posso usar esse título. Mas não com o Zaratustra, porque eu não vou falar aqui do livro, nem de Nietzshe. Pelo menos por enquanto. Quando eu ler o livro, se um dia eu ler, porque atualmente há tanto para ler, aí eu conto o que achei.

Então... Encontrado o nome assimfalavaelvirinha, eu começarei a dar os meus pitacos sobre os temas que me interessam. Mantive o assimfalava, e não mudei para assimfala porque, quem sabe, esse blog poderá ficar para a posteriadade quando eu morrer. Sobre esse dia nunca se sabe. Já dizia o Raulzito que não se sabe em que esquina a morte irá nos beijar. Macabro, mas é por aí. A pessoa vai, fica aqui o Orkut, o msn, e o blog também. Aí o público pode continuar acessando o "morto". É como se todos nós tivéssemos nos tornado (não gosto desse verbo) escritores. Porque antes do boom da Internet, ficavam os livros para a posteridade. Agora, graças, ficam também os blogs.

E como eu espero não morrer logo, vocês, amigos, lerão alguns textos meus aqui.

OBS: A cor preta não é em alusão a morte, mas pensei nesse modelo tomada pelo sentimento de angústia porque eu quero um estágio novo e não estou conseguindo. Hoje eu procurei o dia todo e falei com vários amigos, espero obter resultados. Porque o local onde estou é péssimo, me perdoem o desabafo. É, parece que hoje estou mesmo meio mórbida, angustiada, precisando desabafar. E, para completar, ontem eu extraí dois cisos. O meu rosto está inchado. Eheh