quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Marketing para o terceiro setor

Trecho de uma resenha
Esta resenha foi uma avaliação para a disciplina Mercadologia. Ela tem 6 páginas. Mas aqui postei somente a primeira.

VOLTOLINI, Ricardo. Marketing, uma ferramenta útil para o terceiro setor. In: VOLTOLINI, Ricardo (org.) Terceiro Setor: Planejamento e Gestão. São Paulo: Ed. Senac, 2004. p. 141 – 167.

Voltolini é jornalista, especialista em comunicação empresarial, consultor de empresas em Comunicação e Marketing e diretor da Ofício Plus Comunicação e Marketing, empresa especializada em ações de marketing institucional, marketing social e responsabilidade social corporativa. Como consultor, foi responsável pela estruturação da área de Terceiro Setor e da política de responsabilidade social no SENAC. É também professor de Marketing Ambiental (Faculdades SENAC), de Responsabilidade Social Corporativa (FAAP) e de Marketing Social e Responsabilidade Social (FEA-USP).

No artigo publicado no livro em referência, o autor faz uma reflexão crítica a respeito dos mitos e preconceitos em torno do marketing, de maneira veemente, algumas vezes. Procura, assim, desconstruir as idéias que do senso comum sobre esta ferramenta, como ele chama; até colocando-a como uma vítima do senso comum. Ainda no esforço de desmistificar o marketing, ele aborda alguns conceitos, a fim de demonstrar a real essência que ele tem: o processo de trocas.

Depois, ele aborda alguns princípios que permeiam as atividades baseadas no marketing, concluindo que em uma sociedade tão abarrotada de estímulos, de informações, passa a ser fundamental que as organizações procurem um posicionamento privilegiado na mente do público; e, para chegar a esse fim, o marketing pode contribuir de diversas formas. Essa reflexão é feita trazendo um contexto histórico que vai desde a década de 1970 até os dias atuais.

Atividades classificadas como pertencentes ao Terceiro Setor já aconteciam antes mesmo de esta classificação existir. O termo Terceiro Setor surgiu no início dos anos 1990, reunindo organizações como as chamadas auto-geridas, sem fins lucrativos, não governamentais, dentre outras. E até a emergência do conceito de Terceiro Setor, pouco ou nada se falava a respeito do uso de marketing pelas organizações cujas atividades tinham fins sociais.

Voltolini afirma que mesmo depois de uma década de discussão sobre a aplicabilidade do marketing às organizações sociais, muitos mitos ainda pairam sobre este tema, visto que o tempo de debate ainda não foi suficiente para retirar do marketing alguns rótulos negativos. Em meio a preconceitos e resistência, há os que reconhecem as contribuições do marketing para as organizações, mas, ainda assim, o fazem com algum estranhamento sobre as contribuições positivas que ele pode dar às organizações do Terceiro Setor.

É como se marketing e Terceiro Setor fossem incompatíveis, visto que o primeiro surgiu no contexto empresarial de competitividade, e o segundo se fundamenta em uma lógica colaborativa. Além disso, há a idéia de que o marketing desumaniza as atividades, assim como o seu caráter planejado e controlado é antagônico à cultura colaborativa das organizações do Terceiro Setor. Portanto, esta série de mitos e preconceitos acerca do marketing contribuiu para que ocorresse resistência da parte dos líderes das organizações.

O autor atribui os diversos rótulos negativos do marketing ao mau uso que alguns gestores fazem dele, deixando passar à sociedade uma idéia de que a sua prática se baseia na enganação. Porém, mesmo com as más práticas e com as diversas manifestações contrárias ao marketing, muitas organizações do Terceiro Setor fazem uso dele. A adoção das atividades de marketing se deve, dentre outros fatores, à necessidade de atrair a participação das pessoas junto às causas defendidas pelas organizações.

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá Elvira,

é um prazer ter alunos de Rp visitando e linkando o Oras Blog!
Um abraço

Augusto Leal disse...

Elvira,

Participo de uma instituição do terceiro setor, o Água Comprida - Fórum Permanente de Cultura de Simões Filho, e passei a pesquisar mais sobre marketing justamente para conhecer com mais propriedade as técnicas, e poder usá-las para atrair mais pessoas para trabalhar em prol da causa do fórum, e também para divulgar eventos e atividades.

Já vou pegar a referência desse livro. Valeu!


beijão!

Anônimo disse...

Sou Mestrando da Universidade do Minho, e o tema abordado por você tem muito haver com o que estou pesquisando neste momento.
valeu um abraço, CHARLES BULHÕES.

tenho dois blogs:

http://mktnonprofits.blogspot.com

http://ogritodaverdade.blogspot.com

Anônimo disse...

GESTÃO AMADORA, TERCEIRO SECTOR

É esta a primeira reflexão que surge no blogue sobre marketing e gestão de organizações não-lucrativas, criado por Charles Bulhões. No Brasil, cá e noutros sítios, o problema é comum: «O grande desafio hoje, dentro do ambiente volátil e competitivo que o terceiro sector está se tornando, é gerir seus agentes de forma profissional. Uma vez que quase todos eles surgem do amadorismo (ideológico) social, totalmente carente de mecanismo e ferramentas de gestão organizacional. A evolução do terceiro sector deu-se, pela falência das políticas públicas que propiciou um enorme lacuna social que vem sendo preenchida por organizações de esfera heterogênia de estrutura organizacional, muitas vezes denominadas de Non-profits. Outro factor propulsor são as acções de responsabilidade social, onde as organizações dos outros dois sectores desenvolvem patrocínio as acções desenvolvidas pelos agentes do terceiro sector. Por motivos como os citados acima questiono se há espaço ainda para práticas de gestão amadora dentro do terceiro sector actual, dentro dessa hiper-concorrência e oportunidade?

BLOG MARKETING & GESTÃO NON-PROFITS
http://mktnonprofits.blogspot.com/