terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Arte

Foto: Pollock fazendo a sua arte

Esse texto foi uma avaliação da disciplina LPII da UNEB.

É arte

A modernidade modificou sobremaneira os paradigmas sobre o conceito de arte. Por isso, o artista moderno já não procurava somente imitar o real, ou buscar o ideal e a beleza. O século XX foi um período de grandes novidades: a fotografia,o impulso no desenvolvimento dos centros urbanos do Brasil, novas doenças, avanços na medicina, a conquista dos ares pelo avião, enfim, e os artistas foram influenciados por essa sociedade que se revelava agitada e ansiosa pelo vir-a-ser.

A fotografia, em especial, representou um divisor de águas para o modo de fazer arte. Para o artista já não era mais necessário se prender aos pequenos detalhes e reproduzir simetricamente o objeto retratado, afinal, a fotografia o reproduzia ainda com mais fidelidade. Assim, o artista ficou livre das obrigações com a arte-imitação realista, e pôde desenvolver a sua capacidade de criação. Era mais importante, naquele momento, a busca pela livre expressão.

Os acontecimentos na Europa tinham considerável repercussão aqui no Brasil e os padrões de lá serviam de parâmetro para se estabelecer os padrões daqui. Apesar de ter sido um movimento de composição e afirmação da arte genuinamente brasileira, o modernismo no Brasil continha características do que era feito na Europa. Não havia como se desligar do que era produzido lá, até porque alguns artistas brasileiros viveram um período na Europa, como Tarsila do Amaral. A despeito do “fracasso” da semana de 1922 – que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, inaugurando o Modernismo no Brasil -, a arte moderna ganharia mais e mais espaço no país.

A Bahia não tem os níveis do turismo cultural que existe em São Paulo, nem a extensão e variedades dos museus de lá. Tampouco recebe com admirável freqüência exposições famosas. Mas os artistas locais têm dado conta de produzir uma arte da terra, que apresenta a realidade, sem cair no idealismo, que vai de pequanas telas e colagens, a esculturas grandes e pesadas. A arte moderna deu a quem não possui tantas habilidades com a ponta do lápis a oportunidade de trabalhar com outras formas de produção artística, como colagem e costura.

É possível encontrar arte fora dos museus e longe dos monumentos, basta olhar ao redor com mais atenção e menos preconceito. As ruas estão grafitadas pelo “Pinel”, pelo “Grito”, artistas. Mas talvez nem todos notem as suas assinaturas nas “telas” de concreto, pois eles não são pop. Enfim, foi a arte moderna que deu ao pincel a chance de criar sem ao menos tocar a tela. Mais, o seu dono – Pollock - não precisava dizer-se cubista ou fovista, ele era simplesmente artista. Foi a arte moderna que fez dos postes de iluminação, cavaletes, e da pequena cantina do Teatro XVIII – em Salvador -, galeria de arte para quadros ainda menores (no tamanho).

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