domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sociedade dos Poetas Mortos

Foto: Uns meninos da sociedade =]




A resenha desse post foi uma avaliação para a disciplina Lingua Portuguesa III na UNEB.



SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. DEAD POETS SOCIETY. Direção: Peter Weir. Produção: Tom Schulman. Intérpretes: Robin Williams; Robert Sean Leonard; Ethan Hawke; Josh Charles; Gale Hansen; Dylan Kussman; Allelon Ruggiero; James Waterston; Norman Lloyd; Kurtwood Smith; George Martin; Colin Irving; Alexandra Powers. Estados Unidos, 1989, 129 minutos.



“Sociedade dos Poetas Mortos” foi lançado nos Estados Unidos em 1989, dirigido pelo australiano Peter Weir (O Show de Truman/1998 e Mestre dos Mares/2003) e estrelado por Robin Williams. A fotografia ficou a cargo de John Seale (Oscar por “O Paciente Inglês”). Seu trabalho foi brilhante, destacando-se as cenas noturnas - dos alunos a caminho da caverna e das reuniões que lá aconteceram - e a cena diurna em que o Knox Overstreet (Josh Charles) desce livremente uma colina, de bicicleta. As primeiras destacam o caráter clandestino dos encontros e na segunda a filosofia rígida da academia Welton é contrastada com o pequeno momento de liberdade e descontração de um dos seus alunos.

Robin Williams interpreta John Keating, um professor que retornou em 1959 à escola onde estudou, para lecionar Literatura. Como ex-aluno da instituição, ele conhecia os quatro pilares que representavam os valores da Welton Academy: tradição, honra, disciplina e excelência. A despeito destes rígidos valores, Keating aplicou em sala de aula uma metodologia baseada nos valores que ele primava: o livre pensar, a capacidade de mudar o ponto de vista e o desejo por viver cada dia intensamente. Estas idéias resumiam-se na expressão latina “carpe diem”, que ele apresentou aos seus alunos no primeiro dia de aula de forma marcante.

A primeira aula de Literatura, apesar de bem aceita, causou estranhamento nos estudantes. Keating entrou na sala assoviando, pediu que os alunos pegassem o livro didático e abrissem na introdução. Depois ele demonstrou no quadro a forma de interpretação de poemas proposta pelo P.h.d Pitchard. Em seguida, ele mandou que os alunos rasgassem toda a introdução, onde era defendida a interpretação da poesia a partir da área de gráficos da relação entre elementos do poema. Depois, ele chamou os meninos para fora da sala e discutiu a idéia de “carpe diem”, enquanto eles observavam as fotos de jovens que já haviam passado por aquela escola.

Keating fez parte da Sociedade dos Poetas Mortos, grupo que se reunia em uma caverna localizada nos arredores da escola para declamar poemas. Dentre os livros utilizados, estava o “Cinco Séculos de Poesia”, que mais tarde ficou em poder do seu aluno Neil Perry (Robert Sean Leonard), um jovem que sonhava em ser ator. A descoberta de que Keating fez parte da Sociedade aconteceu quando um grupo de alunos observava um anuário da escola da época que o professor ainda era estudante da Welton Academy. Os jovens então decidiram reabrir as reuniões. Além disso, influenciados pela idéia de aproveitar o dia, os estudantes entregaram-se às suas paixões. Dentre outras ações, essa paixão pela vida resultou na concretização do sonho de Neil Perry, que atuou em uma produção da peça Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare. No entanto, inconformado porque o seu pai não aceitava a sua vocação, ele suicidou-se.

Keating foi então demitido da escola, principalmente sob a acusação de ser responsável indireto pela morte de Neil. Mas a sua saída da Welton Academy lhe proporcionou uma experiência emocionante: os seus alunos, “poetas mortos”, ficaram de pé em cima das suas mesas. De lá, cada um deles falou, sucessivamente: “Oh captain, my captain” (Oh capitão, meu capitão). Aquela era a prova de que o professor conseguiu tocar o coração de uma parte dos seus alunos e que, provavelmente, ele ainda seria lembrado por aqueles jovens durante muitos anos.

Esse drama, ganhador do Oscar de melhor roteiro original e melhor filme estrangeiro, é recomendado a professores e estudantes, aos adoradores de poesia e literatura. Deve ser visto também tanto pelos que quiserem entender a estrutura das escolas tradicionais norte-americanas dos anos 50, quanto pelos puramente curiosos ou cinéfilos. E claro, este filme é indicado aos fãs de Robie Williams, que devem perdoar Hollywood por não tê-lo premiado com o Oscar de melhor ator.

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